11 de jul. de 2008

VIA AFIRMATIVA






...É preciso reconhecer que se trata de uma pintora "em excesso". Isto é, existe nela uma vontade uma "vontade de transcendência" que se pratica fora da discussão do que seja de " bom gosto " em arte. Este impulso satisfeito acaba produzindo um "plus " de expressão, um "algo além " ou uma "desmesura ", que dispensa justificativa.
Sua pintura não busca apoio fora da plástica que é aquilo que ela tem de si. Daí que os elementos ditos "figurativos , principalmente a recorrente e arriscada temática floral, são "arrancados" do campo semântico tradicional: todo discurso sexista que situa a flor no universo da feminilidade. Nisto é que vemos o "excesso" de uma poética a recusa ao senso comum, o enfrentamento dos estereótipos da "fragilidade" e da "delicadeza" da mulher, e da liberação das pulsões pela via afirmativa do pintar.

Francisco OITICICA-FILHO

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