16 de abr. de 2013

Estar feliz e a borboleta

Quando fomos à cachoeira não achei que seria assim.
Para chegar foi sofrido, um verdadeiro sacrifício, mas que ao longo do caminho, já demonstrava um lado compensador. A natureza em volta prometia o sucesso da aventura. Ao chegar lá, naquele empilhamento mágico de pedras em várias tonalidades de marrom, o deslumbre foi certo.
Ainda tomando fôlego e reconhecendo o ambiente conquistado, apareceram as borboletas azuis. Primeiro, uma sozinha e depois as duas, num voo lindo como é natural ser e me veio logo o sentimento de recepção, boas vindas.
Algo de encantado e romântico estava acontecendo.
Acho que foi preciso ir longe e passar por obstáculos para ter certeza de que somos importantes um para o outro.
Lembro ter dito que a partir dali, teríamos que ser amigos para sempre, hoje digo, no mínimo.
O dia foi passando e cumprimos nosso propósito, pintar a paisagem.
Nada mais deveria acontecer, foi tudo perfeito, nascia ali o para sempre...
Da borboleta azul que pintei, gostei muito e da cachoeira, tenho agora um pouco em minha casa.
Desde então, em tão pouco tempo, ouvi coisas lindas, talvez as mais lindas e necessárias que minha alma já sentiu.
De uma maneira mansa, mas segura. Um jeito nervoso, porém decidido, como se a vida estivesse em jogo.
Como me falou, existe pressa, uma urgência em estar com a felicidade.
E em mim, há uma surpresa boa, pois já não achava que viveria isso.
São outras razões que me fizeram pensar assim e hoje já duvido.
Se poderia acontecer não permitia, mas as palavras, simples palavras, derreteram com delicadeza, toda força que eu acreditava impor ao meu escudo.
Não houve argumento que pudesse impedir tal investida.
Vivi tanta emoção sem nem perceber. Quase deixando passar.
Se o para sempre será, não sei, mas o que aconteceu até agora já é para sempre.
No meu coração tinha uma proteção, que foi arrancada no dia que pintei a borboleta azul.



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