...É preciso reconhecer que se trata de uma pintora "em excesso". Isto é, existe nela uma vontade uma "vontade de transcendência" que se pratica fora da discussão do que seja de " bom gosto " em arte. Este impulso satisfeito acaba produzindo um "plus " de expressão, um "algo além " ou uma "desmesura ", que dispensa justificativa.
Sua pintura não busca apoio fora da plástica que é aquilo que ela tem de si. Daí que os elementos ditos "figurativos , principalmente a recorrente e arriscada temática floral, são "arrancados" do campo semântico tradicional: todo discurso sexista que situa a flor no universo da feminilidade. Nisto é que vemos o "excesso" de uma poética a recusa ao senso comum, o enfrentamento dos estereótipos da "fragilidade" e da "delicadeza" da mulher, e da liberação das pulsões pela via afirmativa do pintar.
Francisco OITICICA-FILHO
Nenhum comentário:
Postar um comentário